Abstract: ResumoNeste artigo é apresentada uma síntese da abordagem imediata do doente pediátrico numa situação de vómitos a partir da abordagem do triângulo de avaliação pediátrica, incluindo a avaliação primária e secundária dos sinais e sintomas para uma adequada gestão da situação. Foi feita uma atualização de artigos de referência relacionados com o tema abordado.
Keywords: Incerteza; Preferência do Paciente; Enfermagem Pediátrica
Em pediatria, a gestão da incerteza é um desafio para todos os clínicos. Poder discernir entre um processo de baixa complexidade, com uma apresentação mais ou menos complexa, e os que requerem uma revisão por parte de um especialista (ou que apresentam uma ameaça), é um problema muito frequente nos cuidados primários.
O chamado Triângulo de Avaliação Pediátrica (TAP) procura sistematizar o conceito de “olho clínico”, atribuído ao clínico especialista. É um método de avaliação útil, rápido e simples, que permite identificar o tipo e a gravidade do problema e priorizar o tratamento inicial. (Ver Ilustração 1. Triângulo de Avaliação Pediátrica: TAP) (Tradução Ilustração 1 Triângulo de Avaliação Pediátrica: TAP)
Cataloga formalmente uma impressão geral do estado do doente em consonância com a realidade de que a abordagem das urgências requer uma alteração do foco para se centrar não tanto no que o doente tem, mas sim no que precisa.
Baseia-se na avaliação visual sem recorrer à utilização das mãos bem de nenhum outro elemento. A avaliação da aparência, a análise da respiração e o aspeto da pele como indicadores do estado circulatório formam os três lados do triângulo.
A abordagem nestes boletins centra-se em doentes com situação de estabilidade clínica em que a avaliação primária e secundária permitirão recorrer a uma abordagem terapêutica eficaz e finalista na maior parte dos casos. (Horeczko, Enriquez, McGrath, Gausche-Hill, & Lewis, 2013)
A aparência avalia o tónus (se se mexe espontaneamente, se oferece resistência ao exame, se está sentado ou de pé, etc.), a interação (se está alerta e é consciente do que o rodeia), o consolo, o olhar (se há contacto visual, se há seguimento visual) e o discurso (choro forte, palavras inapropriadas, etc.).
A análise do esforço respiratório consiste na observação da posição adotada (em posição de “tripé”, não tolerando o decúbito, etc.), a presença de tiragem, adejo nasal ou balanceio da cabeça, assim como a constatação de ruídos respiratórios anómalos (gemido, sibilâncias, voz nasal) audíveis sem que seja necessária a auscultação com o estetoscópio.
O estado circulatório é avaliado por meio do aspeto da pele: existe palidez?, está cianótico?, apresenta cútis marmoreada?
Proporcionam uma referência a nível do débito cardíaco e da perfusão orgânica (Carles Luaces Cubells, Montse Delgado Maireles, Yolanda Fernández Santervás, 2015) (Cázares-Ramírez & Acosta-Bastidas, 2014)
(Ver Tabela 2. Orientação de acordo com o TAP)
Aparência | Respiração | Circulação | Orientação Clínica |
---|---|---|---|
N | N | N | Estável |
A | N | N | Disfunção do SNC |
N | A | N | Dificuldade respiratória |
A | A | N | Falência respiratória |
N | N | A | Choque compensado |
A | N | A | Choque descompensado |
A | A | A | Falência cardiopulmonar |
* (N: Normal; A: Alterado)
Fonte: Carles Luaces Cubells, Montse Delgado Maireles, Yolanda Fernández Santervás, 2015
A avaliação pediátrica primária utiliza o modelo de ABCDE para a avaliação e a gestão.
É uma avaliação prática da função respiratória, cardíaca e neurológica que inclui a avaliação dos sinais vitais e a determinação da saturação de oxigénio (Cázares-Ramírez & Acosta-Bastidas, 2014)
Esta parte da avaliação primária inclui (Ver Tabela 3. Resumo de abordagem):
Nela, alia-se a observação ao exame minucioso (o uso das mãos para além da vista).
A avaliação secundária centra-se numa abordagem mais pausada na qual se obtém informação de fontes secundárias e se recapitula o efetuado anteriormente. Um acrónimo permite-nos realizá-la de forma ordenada (SAMPLE) (Storch de Gracia Calvo P, 2015):
S: sinais e sintomas.
A: alergias.
M: medicamentos.
P: problemas médicos prévios.
L: última comida ou bebida (last intake).
E: circunstâncias (events) que provocaram as lesões. Deve incluir o mecanismo da lesão, a hora da ocorrência e o que aconteceu até ser atendido.
Isto abre o caminho para um exame completo e para uma avaliação da situação do doente e da necessidade de transferência ou abordagem a outro nível.
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A Revista Infância e Saúde (RINSAD) surge da colaboração entre as administrações de Portugal, Galiza, Castela e Leão, Extremadura e Andaluzia no âmbito do projecto proyecto Interreg Espanha-Portugal RISCAR e visa divulgar artigos científicos relacionados com a saúde infantil, contribuindo para pesquisadores e profissionais da área uma base científica onde conhecer os avanços em seus respectivos campos.
As duas principais orientações da revista RINSAD são:
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