ISSN: 2695-2785

Volume 1, No 1 (2019), pp. -

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Dirección Xeral de Saúde Pública Galicia

Promoção da Aividade Física na População Infantil e Adolescente

Abstract: Resumo O cumprimento das recomendações mínimas de atividade física é muito baixo na população infantojuvenil espanhola. Para promover a atividade física na população-alvo, é necessário conhecer as razões pelas quais uma alta percentagem de crianças e adolescentes é "inativa". Atualmente, estão a ser aplicadas abordagens mais ecológicas para analisar as causas determinantes do padrão de atividade física desta população. O comportamento da população infantojuvenil é influenciado por uma multiplicidade de fatores, alguns deles modificáveis. Ao promover a atividade física neste grupo etário, devem ser tidos em consideração tanto as motivações como os aspetos que desmotivam esta população. A mudança de comportamento de um indivíduo ou de uma população requer esforços múltiplos e variados. Esta tarefa requer o envolvimento de toda a sociedade.

Keywords: Atividade física ; Determinantes sociais ; Comportamento ; Motivação ; Promoção

INTRODUÇÃO

Embora existam evidências claras de que a prática regular de atividade física na idade infantojuvenil é um elemento necessário para o desenvolvimento integral deste grupo etário, deve salientar-se que é um hábito com uma tendência manifestamente negativa. À nossa volta, as percentagens de crianças e adolescentes que têm um nível suficiente de atividade física são muito baixas e ainda mais desfavoráveis no caso das raparigas. Estima-se que entre 60-79% das crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 18 anos, não cumpre as recomendações mínimas de atividade física (Fundación para la Investigación Nutricional, 2016).

Durante anos, as análises realizadas para descobrir as causas dos baixos níveis de atividade física da população concentraram-se nas motivações pessoais e nos comportamentos dos indivíduos e, consequentemente, as intervenções abordavam, quase inteiramente, o nível individual. No entanto, durante as últimas décadas, o poderoso papel desempenhado pelos contextos ambiental, sociocultural e comunitário na adoção e manutenção de estilos de vida ativos está a ser mais estudado e reconhecido (Physical Activity Guidelines Advisory Committee, 2018) .

O objetivo deste documento é, fundamentalmente, fornecer aos profissionais de saúde de pediatria de cuidados primários, informações sobre os aspetos mais relevantes para promover e incentivar a população infantojuvenil a alcançar as recomendações mínimas de atividade física.

Poderíamos definir a promoção da atividade física como o processo (político, social global) que abrange não apenas as ações orientadas para o fortalecimento de competências (combinação de conhecimentos, capacidades, atitudes, emoções, valores éticos, motivações, etc., que se mobilizam conjuntamente para alcançar uma ação eficaz) dos indivíduos, como também as que visam mudar as condições sociais, ambientais e económicas, a fim de aproveitar todos os benefícios (físicos, psicológicos, sociais, preventivos, reabilitadores, etc.) que proporciona a prática regular de atividade física em qualquer idade, e mitigar o impacto da inatividade física e o sedentarismo na saúde pública e individual.

EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE O CICLO DE VIDA DA POPULAÇÃO INFANTOJUVENIL

Como regra geral, a população infantojuvenil tem uma atitude positiva em relação às atividades físicas e desportivas. Apesar disso, à medida que crescem, esta atitude positiva em relação à atividade física muda, tornando-se mais ambígua e causando uma redução na participação em atividades físicas e desportivas.

Os dados dos estudos realizados com a população espanhola, confirmaram que a idade em que a prática de atividade física diminui é por volta dos 11 anos de idade, sendo a diminuição muito mais acentuada nas raparigas (Lasheras, Aznar, Merino, y López, 2001) .

Estes dados obrigam-nos a concentrar os nossos esforços em idades precoces e, em especial, na população feminina. As intervenções devem ter como objetivo garantir que a sua perceção da atividade física permaneça positiva e que a sua prática se mantenha durante a adolescência, para que, posteriormente, permaneça na idade adulta (Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia, 2006) .

POR QUE MOTIVO A POPULAÇÃO INFANTIL É MENOS ATIVA ATUALMENTE?

Ao promover a atividade física na população-alvo e conseguir que esta alcance pelo menos as recomendações mínimas estabelecidas pelas sociedades científicas, é conveniente conhecer as razões pelas quais uma alta percentagem de crianças e adolescentes é “inativa”. (Tabela 1. Por que motivo as crianças são menos ativas atualmente?).

As razões deste facto são multifatoriais, conforme explicado a seguir.

Atualmente, estão a ser aplicadas abordagens mais ecológicas para analisar as causas e determinantes da baixa atividade física na infância e adolescência. O modelo de Dahlgreen e Whithead (Figura 1. Determinantes sociais do padrão de atividade física) (Tradução ) , no qual se expõem os determinantes sociais da saúde, é muito útil, tanto para entender que fatores ou condições de diferente índole podem afetar o padrão de atividade física da população, como para delinear as futuras intervenções. O contexto socioeconómico, cultural e ambiental em que vivemos determina a existência de um ambiente (obesogénico, sedentário, patológico, etc.) que condiciona os hábitos e o estilo de vida da população e, consequentemente, o padrão de atividade física.

Figura 1. Determinantes sociais do padrão de atividade física

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Fonte: Servicio Madrileño de Salud (2013). Promoción de actividad y ejercicio físico en población infantil y adolescente de la comunidad de Madrid.

O ambiente ou entorno descrito no gráfico destaca-se por:

  1. Uma maior limitação para realizar atividades diárias de forma ativa, bem como um lazer mais sedentário.

  2. Um tipo de urbanismo que favorece a deslocação em meios de transporte motorizados e dificulta, com barreiras quase intransponíveis, a mobilidade ativa.

  3. A promoção de um lazer infantojuvenil baseado na visualização de ecrãs, aumentando o sedentarismo.

  4. O escasso número de horas dedicadas à prática de atividade física nas escolas.

  5. A superproteção de crianças pelas famílias.

  6. O excesso de zelo pela segurança das crianças em ambientes físicos, etc.

O que influencia o comportamento das crianças em termos de atividade física?

O comportamento da população infantojuvenil em relação à prática de atividade física é influenciado por uma multiplicidade de fatores. Nalguns destes fatores não se pode intervir, mas muitos outros podem ser modificados, até certo ponto. Na Figura 2. As influências no comportamento em termos de atividade física da infância e adolescência (Tradução) estão representadas as principais influências no comportamento das crianças, em termos de atividade física, durante a infância e adolescência.

Figura 2. As influências no comportamento em termos de atividade física da infância e adolescência

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Fonte: Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia. (2006). Actividad Física y Salud en la Infancia y la Adolescencia. Guía paratodas las personas que participan en su educación.

Características pessoais (fatores individuais e demográficos)

Cada criança tem características físicas, psicológicas, sociais e de desenvolvimento específicas e únicas que condicionam os tipos de atividade física que cada uma escolhe. A idade e o género parecem influenciar significativamente os níveis de atividade física. Por conseguinte, algumas atividades são mais adequadas para rapazes do que para raparigas, ou mais atraentes para as crianças mais jovens do que para as mais velhas. Por outro lado, algumas crianças preferem atividades as sociomotoras ou os desportos organizados, e outras sentem-se mais atraída por atividades individuais ou brincadeiras não estruturadas. Por tudo isto, o fator mais importante neste sentido, é que as crianças conheçam as suas competências e desfrutem das atividades que realizam, favorecendo, desta forma, a perceção da prática de atividade física como um hábito agradável, e aumentando, assim, as probabilidades de que a pratiquem ao longo da vida. (Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia, 2006) .

O ambiente familiar

A atitude positiva dos progenitores em relação a prática de atividades físicas e desportivas, proporciona maiores níveis de motivação, e as crianças sentem-se mais apoiadas, o que, desta forma, faz aumentar a probabilidade de que os seus filhos sejam mais ativos. Além disso, parece haver uma associação significativa entre os níveis de atividade física de pais e filhos. Por tudo isto, o ambiente familiar parece ser um dos fatores mais influentes no nível de atividade física da população infantojuvenil, assim como em outros hábitos relacionados com a saúde. (Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia, 2006) .

O ambiente físico

A evidência científica acumulada demonstrou que o ambiente físico em que vivemos exerce uma forte influência sobre os níveis de atividade física. Na idade infantojuvenil, os determinantes ambientais mais relevantes associados à participação em atividades físicas e desportivas são:

  • O acesso a instalações e equipamentos.

  • A concorrência exercida por dispositivos eletrónicos: televisão, tablets, telemóveis, computadores, etc.

  • A estação do ano e as questões de segurança. (Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia, 2006)

O ambiente social

Além da família, existem outros fatores sociais que podem influenciar, e até mesmo determinar, o comportamento da população infantojuvenil em relação à atividade física, como:

  • A pressão dos colegas (amigos).

  • A influência de outros adultos (por exemplo, pais, mães ou treinadores).

  • A influência de outros modelos a seguir (por exemplo, atletas profissionais). (Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia, 2006).

Na Tabela 2 Fatores que podem motivar ou desmotivar em relação à atividade física na idade infantojuvenil, a seguir, estão resumidos alguns dos mais importantes fatores de motivação e desmotivação em relação à atividade física na infância e na adolescência.

PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA E PREVENÇÃO DA INATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Na adolescência, há uma rápida e notável redução nos níveis de atividade física, mais acentuada nas raparigas. Para evitar esta situação, recomenda-se:

  • Intervir nas etapas anteriores à adolescência, ou seja, na infância.

  • Concentrar os esforços para garantir que as crianças adquiram hábitos sólidos.

  • Assegurar que as crianças desenvolvam uma atitude positiva em relação à prática de atividade física.

  • Não pressionar as crianças para que pratiquem atividades físicas contra a sua vontade para evitar a rejeição.

  • Eliminar todos os tipos de barreiras que interfiram na prática de atividades físicas de forma livre e agradável.

  • Valorizar a atividade física como uma prioridade e não como uma atividade secundária em relação a outras atividades.

No final da infância e no início da adolescência, os adolescentes passam por um período de grandes mudanças físicas, sociais e de desenvolvimento que têm um grande potencial para interferir na manutenção de hábitos ativos e saudáveis.

Em comparação com as crianças, os adolescentes tendem a se apresentar, como barreiras à atividade física, a limitação do tempo, as condições climáticas, a falta de interesse, o namoro, etc. Estas e outras barreiras ou problemáticas, (Tabela 3. Questões relacionadas com a atividade física em adolescentes e sugestões para adultos) devem ser analisadas para desenvolver estratégias de intervenção eficazes neste grupo populacional, para superar os problemas ou impedimentos e adquirir hábitos ativos. (Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia, 2006)

A mudança de comportamento da população infantojuvenil para atingir os níveis mínimos de atividade física

Qualquer mudança de comportamento, em qualquer população, requer esforços múltiplos e variados, motivações pessoais e disposição temporal. Os fatores mais importantes que devem ser tidos em consideração quando se tenta mudar o comportamento da atividade física nesta população são as motivações, as barreiras à atividade física, as crenças relacionadas com a atividade física, as atitudes e a eficácia autopercebida, bem como a formulação de autoperceções e identidade em torno da atividade física. O conhecimento destes fatores permite conhecer melhor o paciente e, por conseguinte, otimizar as probabilidades de que se realizem níveis adequados de atividade física. (Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia, 2006)

Um dos modelos propostos para prever especificamente o comportamento da atividade física infantojuvenil é o de Welk. (Welk, 1999) . Este modelo integra as influências descritas acima, juntamente com dois âmbitos relacionados com questões psicológicas: (“Sou capaz?” e “Vale a pena?”).

O Modelo de Promoção da Atividade Física Infantojuvenil é uma ferramenta promissora para explicar e prever o comportamento de atividade física de crianças e adolescentes, e pode ser utilizada para proporcionar uma orientação sobre como promover eficazmente a atividade física nesta população.

Figura 3. O Modelo de Promoção da Atividade Física Infantojuvenil

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Fonte: Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia. (2006). Actividad Física y Salud en la Infancia y la Adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación.

Sugestões práticas para a promoção da atividade física infantojuvenil

Toda a sociedade é responsável por ajudar as crianças a incluírem a atividade física nas suas rotinas diárias.A seguir, são apresentadas algumas sugestões práticas que podem ser muito úteis para incentivar os diferentes agentes existentes na comunidade, na que os serviços de saúde são essenciais, a ajudarem a população infantojuvenil a atingir os níveis mínimos de atividade física.(Tabela 4. Sugestões práticas para promover entre              meninos e meninas atividade física em todo              a vida)

Table 1. Por que motivo as crianças são menos ativas atualmente?

Fonte: Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia. (2006). Actividad Física y Salud en la Infancia y la Adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación.

Por que motivo as crianças são menos ativas atualmente?
  1. Atividades de lazer mais sedentárias, como ver televisão, internet e jogos de computador, que substituíram o tempo de brincadeira no exterior.

  2. Menos atividade física nas escolas.

  3. Menos oportunidades para desenvolver um lazer ativo.

  4. O aumento do transporte motorizado (por exemplo, os carros), especialmente para a escola.

  5. O aumento do grau de urbanização das localidades, que não incentiva o transporte ativo e seguro, como andar a pé ou andar de bicicleta.

  6. O aumento da mecanização no seio da sociedade (elevadores, escadas rolantes, etc.).

  7. A superproteção dos progenitores e a preocupação excessiva com a segurança das crianças no exterior (por exemplo, o trânsito intenso ou o medo de estranhos).

  8. Um ambiente (casa, escola, sociedade) que não promove a atividade física (por exemplo, pais e mães obesos e inativos).

Fonte: Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia. (2006). Actividad Física y Salud en la Infancia y la Adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación.

Tabela 2. Fatores que podem motivar ou desmotivar em relação à atividade física na idade infantojuvenil

Fonte: Adaptado de: Actividad física y salud en la infancia y adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación, 2006; Actividad física saludable. Guía para todo el profesorado de Educación Física, 2007.

Fatores motivação

  1. A diversão.

  2. O apoio do ambiente familiar e a provisão de modelos a seguir por partes dos progenitores.

  3. A participação direta com outros adultos entusiastas que agem como modelos a seguir (por exemplo, professores, professoras, treinadores, etc.).

  4. Modelos indiretos (por exemplo, atletas profissionais).

  5. A participação dos colegas.

  6. O fácil acesso às instalações e aos equipamentos.

  7. Os sentimentos de segurança.

  8. Os sentimentos de capacitação (eficácia autopercebida) e de melhoria.

  9. Os sentimentos de estar em boa condição física (por exemplo, a ausência de excesso de peso).

  10. Os sentimentos de que a atividade selecionada é uma escolha pessoal (a ausência de coerção).

  11. Experimentar diversas atividades e movimentos.

  12. As boas condições climáticas.

Fatores que desmotivam

  1. A falta de diversão.

  2. A falta de apoio do ambiente familiar e os progenitores não dão um exemplo a seguir

  3. A falta de outros modelos adultos.

  4. A falta de apoio do ambiente social (colegas, professores, etc.).

  5. As dificuldades de acesso às instalações e aos equipamentos.

  6. A perceção de que existe um risco para a segurança pessoal ou lesões frequentes.

  7. A perceção de que capacidades não podem ser alcançadas (porque são muito difíceis).

  8. Os sentimentos de incompetência (autoperceção de falta de eficácia) e da inexistência de melhoria.

  9. Os sentimentos de constrangimento (por exemplo, no caso de crianças com excesso de peso).

  10. Ausência da capacidade de escolha ou sensação de pressão para participar ou competir.

  11. A atividade é “forçada”; por exemplo, é utilizada como castigo.

  12. A realização contínua da mesma atividade várias vezes (repetição).

  13. A concessão de maior importância ao facto de ganhar de que de jogar.

  14. As más condições climáticas.

Fonte: Adaptado de: Actividad física y salud en la infancia y adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación, 2006; Actividad física saludable. Guía para todo el profesorado de Educación Física, 2007.

Tabela 3. Questões relacionadas com a atividade física em adolescentes e sugestões para adultos

Fonte: Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia. (2006). Actividad Física y Salud en la Infancia y la Adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación.

Tema / Problema O que é que os adultos podem fazer para ajudar?
1. Os interesses mudam com a idade. Na infância, a atividade física gira em torno de brincadeiras divertidas que, na sua maioria, requerem movimento. Com a chegada da adolescência, os jovens perdem o interesse por estas atividades à medida que surgem outras alternativas para o seu tempo de lazer. 1. Deve-se continuar a motivar os adolescentes para que encontrem atividades físicas que correspondam às suas preferências em mudança.
2. As atividades físicas e os desportos muitas vezes perdem o seu atrativo para os adolescentes de ambos os sexos. Na infância, a atividade física concentra-se em brincadeiras não competitivas. Com a chegada da adolescência, a competição no âmbito do desporto e da atividade física generaliza-se e os objetivos da atividade ou condição física podem ser vistos como irreais ou irrelevantes. Muitos adolescentes de ambos os sexos perderão a motivação e decidirão dedicar o seu tempo livre a tarefas inativas. 2. Deve ensinar-se os(as) adolescentes que a atividade física e os desportos são uma excelente maneira de passarem o seu tempo livre, de se divertirem, de se sentirem bem, de fazerem novas amizades e de melhorarem a sua saúde. Deve-se ensinar que ganhar ou ser o melhor não é a coisa mais importante, mas que ser uma pessoa ativa é de grande importância.

3. Existem muitas outras opções disponíveis para os(as) adolescentes durante o tempo livre. A adolescência marca o início da idade adulta e é possível praticar novos tipos de atividades “adultas” que antes eram proibidas ou não geravam interesse.

Muitas destas alternativas são com frequência sedentárias e não saudáveis (por exemplo, fumar, beber, festas noturnas, etc.).

3. Os adolescentes de ambos os sexos estão sujeitos a fortes pressões socioculturais sobre a forma como devem passar o seu tempo livre. Os adultos desempenham um papel importante para lhes mostrar que existem alternativas saudáveis. Embora possa parecer que não nos prestam atenção, os(as) adolescentes valorizam a nossa opinião.
4. Começam a aparecer os conflitos relacionados com o tempo. Geralmente, o trabalho escolar aumenta. Talvez tenham um trabalho em tempo parcial. De igual modo, às vezes os(as) adolescentes têm de ajudar mais em tarefas domésticas ou laborais. Além disso, durante a adolescência, existe um maior desejo de passar mais tempo com os(as) colegas e começam as relações entre os sexos. 4. Na maioria dos casos, não existe uma falta de tempo real, é simplesmente uma questão de se organizar melhor. Ajude-os a organizar os seus horários. Os adultos devem envolver-se nas atividades de tempo livre dos adolescentes de ambos os sexos e ajudá-los a encontrar tempo para praticar algum tipo de atividade física.
5. Os progenitores e professores começam a perder influência sobre os adolescentes de ambos os sexos, ao passo que os amigos, colegas e o círculo social se tornam mais importantes. 5. Em muitos casos, o que os(as) adolescentes fazem no seu tempo livre dependerá do que façam os seus colegas de turma. Se lhes tivermos ensinado e praticado um estilo de vida ativo, é mais provável que eles também mantenham esse estilo de vida ativo na sua vida quotidiana.

6. Com bastante frequência, os pais, as mães e os professores, de forma consciente ou inconsciente, contribuem para a redução da participação dos adolescentes de ambos os sexos nas atividades físicas. Muitas vezes, os adultos não incentivam a participação em atividades fora do programa escolar, para que os adolescentes possam dedicar mais

tempo aos estudos. Nalgumas ocasiões, os adultos mostram menos interesse pelas atividades físicas da adolescência, principalmente das raparigas.

6. A “falta de tempo” para a atividade física é geralmente o resultado de uma má gestão do tempo. A atividade física é necessária para a saúde dos adolescentes de ambos os sexos e pode melhorar o seu desempenho mental. Deve recorrer-se a uma perspetiva saudável: se os adolescentes de ambos os sexos não encontrarem tempo para realizarem atividade física, mais cedo ou mais tarde serão obrigados a dedicarem tempo à doença. Se não promovermos a atividade física, não estamos a fazer nenhum favor à sua saúde.
7. Um escasso valor social pode ser derivado da atividade física. Existe pouca consciência social que transmita a mensagem de que a inatividade física é prejudicial e improdutiva (ao contrário da obesidade, do tabagismo ou do consumo de álcool). Este problema é especialmente significativo no caso das raparigas, o que provavelmente contribui para o rápido declínio na sua participação em atividades físicas em comparação com os rapazes. 7. Se nós próprios somos ativos, damos aos adolescentes de ambos os sexos um excelente exemplo que eles tenderão a imitar. Se não formos um modelo de comportamento ativo, devemos mostrar que valorizamos e levamos em consideração os hábitos de atividade física dos adolescentes.

Fonte: Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia. (2006). Actividad Física y Salud en la Infancia y la Adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación.

Tabela 4. Sugestões práticas para promover entre              meninos e meninas atividade física em todo              a vida

Fonte: Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia. (2006). Actividad Física y Salud en la Infancia y la Adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación.

Todos podemos:

  1. a) Defender a existência de locais adequados, seguros e bem localizados para as crianças e adolescentes brincarem e participarem em programas de atividade física.

  2. b) Exercer uma influência sobre administradores escolares e membros do conselho escolar para apoiar a atividade física diária e outros programas escolares que promovam a atividade física ao longo da vida, e não apenas os desportos de competição.

  3. c) Dar um bom exemplo através da prática de atividade física, da realização de escolhas saudáveis em termos de nutrição e o facto de não fumar.

  4. d) Falar com as crianças e os adolescentes de ambos os sexos sobre programas desportivos e recreativos na sua comunidade.

  5. e) Desencorajar o uso da atividade física como castigo.

Os pais, mães ou encarregados de educação podem:

  1. a) Incentivar os seus filhos e filhas a serem fisicamente ativos(as).

  2. b) Saber quais são os desejos dos seus filhos e filhas em relação aos programas de atividade física e ajudá-los a escolher as atividades certas.

  3. c) Participar como voluntários nos programas recreativos e nas equipas desportivas dos seus filhos e filhas.

  4. d) Brincar e ser fisicamente ativo com os seus filhos e filhas.

  5. e) Ensinar aos seus filhos e filhas as regras de segurança e garantir que tenham as roupas e equipamentos necessários para participar com segurança na atividade física.

  6. f) Ensinar aos seus filhos e filhas os princípios de jogo limpo e desportivismo em atividades físicas e desportos.

Os profissionais de saúde podem:

  1. a) Fornecer avaliações sobre os níveis de atividade física infantojuvenil.

  2. b) Fazer um seguimento da situação em termos de obesidade/sobrepeso em crianças, de diabetes não dependente de insulina, assim como de outras doenças ou fatores de risco.

  3. c) Encaminhar as crianças e adolescentes de ambos os sexos para programas de atividade física escolares ou comunitários de alta qualidade, quando apropriado.

  4. d) Promover ambientes escolares que incentivem a atividade física.

  5. e) Promover ambientes comunitários que incentivem a atividade física.

  6. f) Promover e desenvolver ambientes domésticos que incentivem a atividade física.

  7. g) Aconselhar as crianças e adolescentes sobre como e por que motivo devem ser fisicamente ativos.

  8. h) Compreender e ser sensível às práticas e crenças culturais que possam interferir na realização da atividade física.

  9. i) Promover programas e atividades físicas que não ignorem crenças culturais nem suponham uma ofensa para as mesmas.

  10. j) Estabelecer objetivos de atividades físicas razoáveis e acessíveis a curto e longo prazo.

Os professores e professoras, os treinadores e treinadoras, bem como os monitores e monitoras de atividades ou acampamento podem:
  1. a) Utilizar programas de estudo que sigam os critérios nacionais relacionados com a educação física e educação para a saúde.

  2. b) Fazer com que os alunos e alunas sejam fisicamente ativos durante as aulas de educação física

  3. c) Garantir que crianças e adolescentes de ambos os sexos conheçam as regras de segurança e usem roupas e equipamentos adequados.

  4. d) Garantir que as crianças e os adolescentes compreendam os princípios jogo limpo e desportivismo nas atividades físicas e desportivas.

  5. e) Enfatizar a participação, a atividade e a diversão em vez da competitividade.

  6. f) Expor os alunos e alunas a uma série de escolhas diferentes em termos de desporto e atividades físicas.

  7. g) Ajudar os alunos e alunas a que se sintam competentes em inúmeras capacidades motoras e comportamentais.

  8. h) Envolver famílias e organizações comunitárias em programas de atividade física. Evitar o uso de atividade física como castigo; por exemplo, fazer flexões ou dar voltas adicionais.

Os administradores e administradoras escolares podem:
  1. a) Exigir educação para a saúde e atividade física diária para todos os alunos e alunas.

  2. b) Garantir que a educação física e os programas extracurriculares ofereçam atividades que possam ser praticadas ao longo da vida, como caminhadas ou dança.

  3. c) Proporcionar tempo durante o dia (por exemplo, durante aos recreios) para atividades físicas não estruturadas, como caminhar, saltar à corda ou brincar em áreas recreativas.

  4. d) Contratar especialistas e treinadores de atividade física qualificados.

  5. e) Garantir que as instalações escolares sejam seguras e estejam limpas e abertas para os alunos durante o horário não escolar e as férias.

  6. f) Oferecer programas de promoção da saúde aos funcionários.

  7. g) Proporcionar aos professores e professoras uma formação interna em termos de promoção da atividade física

Os supervisores de lazer ou desporto da comunidade podem
  1. a) Proporcionar uma combinação de desportos competitivos e não competitivos em equipa e atividades recreativas e de condicionamento físico para toda a vida.

  2. b) Aumentar a disponibilidade de parques, piscinas públicas, ciclovias e percursos pedestres, bem como outros locais para a prática de atividades físicas.

  3. c) Garantir que as instalações físicas cumpram os critérios de segurança ou os excedem.

  4. d) Garantir que as pessoas encarregadas do treino estejam devidamente qualificadas.

  5. e) Trabalhar com as escolas, as empresas e os grupos comunitários para garantir que crianças e adolescentes com menos rendimentos tenham transporte e equipamentos adequados para participar em programas de atividade física.

Fonte: Ministerio de Sanidad y Consumo; Ministerio de Educación y Ciencia. (2006). Actividad Física y Salud en la Infancia y la Adolescencia. Guía para todas las personas que participan en su educación.

Tabela 5. Tradução Determinantes sociais do padrão de atividade física

Español Português
CONDICIONES GENERALES CONDIÇÕES GERAIS
Contexto socioeconómico Contexto socioeconómico
Contexto ambiental Contexto ambiental
Contexto cultural Contexto cultural
AMBIENTE OBESOGÉNICO AMBIENTE OBESOGÉNICO
Dinámicas familiares Dinâmicas familiares
Fácil acceso comida rápida hipercalórica Fácil acesso a comida rápida hipercalórica
Publicidad Publicidade
Urbanismo Urbanismo
Transporte mecanizado Transporte mecanizado
Tecnologización (ordenador, TV…) Tecnologização (computador, TV ...)
Escaso n.º de horas educación física Escasso n.º de horas educação física
Preocupación seguridad calle Preocupação segurança rua
Sedentarismo actividades vida cotidiana Sedentarismo atividades vida quotidiana
Ocio más sedentario Lazer mais sedentário
ESTILOS DE VIDA ESTILOS DE VIDA
Alimentación Alimentação
Actividad física Atividade física
SOBREPESO OBESIDAD INFANTIL SOBREPESO OBESIDADE INFANTIL
Edad Idade
Herencia Herança
Sexo Sexo
FACTORES NO MODIFICABLES FATORES NÃO MODIFICÁVEIS
Adaptado del modelo de Dahlgren y Whitehead de determinantes en salud Adaptado do modelo de Dahlgren e Whitehead de determinantes na saúde

Tabela 6. Figura 2. As influências no comportamento em termos de atividade física da infância e adolescência

Español Português
Entorno físico Ambiente físico
Entorno social Ambiente social
ACTIVIDAD FÍSICA ATIVIDADE FÍSICA
Influencia familiar Influência familiar
Características personales Características pessoais

Tabela 7. Tradução Gráfico 2: O Modelo de Promoção da Atividade Física Infantojuvenil

Español Português
ACTIVIDAD FÍSICA ATIVIDADE FÍSICA
Factores que facilitan (“Fitness”, Habilidades, Accesibilidad, Entorno) Fatores que facilitam (“Fitness”, Competências, Acessibilidade, Ambiente)
Factores que predisponen Fatores que predispõem
Factores que refuerzan (Familia, Amigos, Entrenador) Fatores que reforçam (Família, Amigos, Treinador)
¿Soy capaz? (Competencia percibida, autoeficacia) Sou capaz? (Competência percebida, autoeficácia)
¿Vale la pena? (Disfrute, creencias, actitudes) Vale a pena? (Desfrute, crenças, atitudes)
Factores demográficos (Edad, Género, Cultura, Estatus socioeconómico) Fatores demográficos (Idade, Género, Cultura, Estado socioeconómico)

Acknowledgment

This publication has been possible to the cooperation program Interreg VA España-Portugal POCTEP - RISCAR 2014-2020.

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RINSAD

A Revista Infância e Saúde (RINSAD) surge da colaboração entre as administrações de Portugal, Galiza, Castela e Leão, Extremadura e Andaluzia no âmbito do projecto proyecto  Interreg Espanha-Portugal RISCAR e visa divulgar artigos científicos relacionados com a saúde infantil, contribuindo para pesquisadores e profissionais da área uma base científica onde conhecer os avanços em seus respectivos campos.

As duas principais orientações da revista RINSAD são:

  1. Pesquisadores relacionados à infância e saúde.

  2. Profissionais do setor.

Custo total do projeto (indicativo): € 2.418.345,92

FEDER aprovado total: € 1,813,759.48

Revista produzida pelo projecto Interreg Espanha - Portugal RISCAR   com a  Universidad de Cádiz  e o  Departamento Enfermería y Fisioterapia del Universidad de Cádiz .

Os trabalhos publicados na revista RINSAD são licenciados sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International.

References